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Trevo

O associativismo nos dias de hoje tornou-se uma ferramenta extremamente importante no que concerne ao desenvolvimento local das comunidades e a sua respetiva intervenção. Reforça-se o papel das Associações no desenvolvimento dos sujeitos por si englobada e consequentemente da comunidade onde está inserida.

O associativismo dos dias de hoje vem a revelar a sua importância como fonte da cidadania participativa e fonte de aprendizagem social.

Com a consciencialização e a movimentação nos mais diversos assuntos, nos dias de hoje, a procura de informação fidedigna sobre as questões atuais e a necessidade de intervenção e manifestações dos diversos assuntos, levou a uma proliferação das mais diversas associações, focadas na intervenção nos mais diversos temas. Trazendo focos de alerta e chamadas de atenção para assuntos emergentes (Cerqueira, C. 2019).

As organizações sociais abrangem conceitos do terceiro setor, da economia social e do empreendedorismo social, invocando assim a necessidade de trabalhar as questões sociais e a sociedade em si.

Uma associação trata-se de uma organização que resulta da união legal entre duas ou mais pessoas, com ou sem personalidade jurídica, para a realização de um objetivo comum. Assim, as associações, nomeadamente as caracterizadas como organizações sociais, estas, estendidas a organizações privadas dedicam-se à resolução de questões e problemas sociais, com o propósito de criarem valor social de modo sustentável (Dees, 1998; Mair & Martí, 2006; Pirson, 2010).

O associativismo é uma prática intrínseca e necessária ao ser humano, pois a vida associativa faz parte do dia-a-dia do sujeito enquanto inserido em sociedade, desde da evolução do Homem, através da necessidade de adaptação.

O incentivo ao movimento associativo surge com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, onde no artigo 20º, nº1 refere “toda a pessoa tem o direito à liberdade de reunião e associação pacífica”, assumindo assim a associação um direito inegável do Homem (Salomão, M. 2013).

O associativismo, assim, é, a consequência de uma procura de ações que tendem a concretizar interesses comuns, a partir de iniciativas de cooperação para a promoção do desenvolvimento social. Com isto, o associativismo, acrescenta-se à presente discussão do desenvolvimento local e da sustentabilidade social, promovendo localmente as comunidades, inserindo-as na sua própria promoção e desenvolvimento como cidadãos sociais.

Aliar o associativismo à intervenção comunitária é a definição mais clara, andando de mão dada com o desenvolvimento, a intervenção é assim o meio para alcançar o desenvolvimento, sendo o associativismo o cooperante. Assenta-se assim cinco princípios, segundo Carmo (2001), o princípio das necessidades sentidas, que refere que todo o projeto deve partir das necessidades da população, e por esta referidas, e não apenas pelas necessidades apontadas pelos técnicos, o princípio da participação, o princípio da cooperação, o princípio da autossustentação, que refere que os processos de mudança, que deve ser planeada de forma a ser suscetível à manutenção e à prevenção de efeitos adversos, e por fim o principio da universalidade, pelo conceito que, “ um projeto só tem possibilidades de ter êxito se tiver como alvo de desenvolvimento uma dada população na sua globalidade”, ou seja, não apenas determinados setores da população. Estes princípios sustentam a intervenção, assim como a sua implementação, servindo como estratégias para o trabalho socioeducativo e o trabalho das associações.

As associações enquanto órgão da comunidade, devem sempre, ter em vista a satisfação dos seus envolvidos e intervenientes, e, sempre que possível, estabelecer uma relação de proatividade com estes. O associativismo alia-se à intervenção comunitária de forma a promover o desenvolvimento local, na medida que “possui um potencial para criar laços socias” e enriquecer a comunidade e a sociedade civil (Salomão, M. 2013).

Assim, o associativismo como um espaço da intervenção comunitária, reforça, mais do que a importância de um papel interventivo e assertivo na comunidade, o contacto direto com as pessoas, a instrução de mentalidades e a luta contra a iliteracia.

A intervenção comunitária, aliada ao associativismo, torna-se o meio do desenvolvimento, iniciar posturas e novos comportamentos sociais, fará com que o trabalho social seja espalhado através de outros sujeitos, o empoderamento de uma comunidade, passa pelo empoderamento dos seus elementos e a troca e partilha de conhecimentos com a própria população.

A TREVO é o reflexo da tentativa de fazer valer na participação social e cidadania ambiental o desenvolvimento das comunidades.

Beatriz Salafranca

Secretária do Conselho Fiscal

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Sobre

A TREVO – Associação para a Cidadania Ambiental e Participação Social, é uma associação de cariz socio-ambiental, constituindo-se nos termos aplicáveis da lei portuguesa por tempo indeterminado e sem fins lucrativos.

Tem como principal objeto fomentar o desenvolvimento e a sustentabilidade das comunidades onde atua, através da criação de ações/projetos e espaços de educação não formal, incidindo sobre temáticas como a globalização, o ambiente, os direitos humanos e animais, a paz e as relações interculturais, a cidadania e a inclusão social, o desenvolvimento de valores pessoais e sociais, a igualdade de oportunidades e a igualdade de género, a solidariedade, entre outros.

Do ponto de vista operacional, a associação tem como objeto a promoção de atividades, ações e projetos de educação em cidadania que tornem possível envolver, de forma eficaz, diferentes grupos alvo e organizações na vida da comunidade, bem como a implementação, de um nível micro a um nível macro, de atividades, ações e projetos prossecutores das políticas públicas sociais, ambientais e intersetoriais, baseadas nos princípios proclamados em diplomas e em orientações nacionais e internacionais.

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