Avaliação do ciclo de vida de diferentes embalagens de bebidas
A gestão de resíduos de embalagens em economia circular é fundamental para promover a sustentabilidade dos recursos naturais e proteção do meio ambiente decorrente da utilização de diferentes embalagens de bebida. É essencial saliente que uma gestão adequada dos resíduos começa pela sua prevenção. Quanto menos consumo houver, menos resíduo se necessário! No entanto, sempre que a produção de resíduos seja inevitável, os responsáveis pela sua gestão devem determinar a melhor opção de tratamento, minimizando os riscos para a saúde humana e para o ambiente. Após o consumo de um produto este deve ser reutilizado e reciclado, mantendo os materiais dentro da economia criando assim mais valor e definido o desperdício de recursos – este conceito denomina-se por economia circular.
A gestão de resíduos desempenha um papel central na economia circular. A hierarquia de tratamento dos resíduos, uma ordem prioritária de prevenção, reutilização, reciclagem e recuperação de energia. O modo como se coleta e se implementa a gestão dos resíduos pode originar taxas de reciclagem e materiais com elevado valor que retornam à economia. Pelo contrário, pode existir um sistema ineficiente em que a maior parte dos resíduos recicláveis termina em aterros ou são encaminhados para as incineradoras, com impactos ambientais graves e com redução da redução importante.
As entidades gestoras desempenham um papel fundamental na gestão dos resíduos sobretudo no contexto da reciclagem. Em Portugal, como entidades gestoras responsáveis pela gestão de resíduos de embalagens são: a Sociedade Ponto Verde (SPV), a Novo Verde e a Eletrão. De acordo com as quantidades retomadas de resíduos de embalagens pelas entidades gestoras, no ano de 2018, verifica-se apenas a reciclagem de 45% do vidro de embalagem colocado no mercado e cerca de 47% de plástico. Conclui-se que há muito material que não está a ser retomado, não entrando na economia circular. Deve-se promover este conceito potencializando todos os recursos representados. Todos os cidadãos têm o seu papel!É fundamental que após a utilização cada cidadão colocado o resíduo de embalagem no adequado local – conteúdo ou verde – como garrafas de vidro,
Um estudo feito no âmbito do Projeto final da Licenciatura em Engenharia do Ambiente do Instituto Politécnico de Viseu, avaliando o ciclo de vida (ACV) de quatro tipos de embalagens para bebidas, incidindo no processo de produção das várias embalagens. Foram analisadas embalagens de polietileno teraftalato (PET), de ácido polilático (PLA) – um biopolimero, de vidro e de alumínio.
A ACV, ou em inglês, Life Cycle Assessment (LCA) é uma ferramenta que permite avaliar o impacte ambiental que está associado a um produto ou atividade durante o seu ciclo de vida – from a extracção dos recursos fornecidos para a produção e utilização de produtos , até ao seu tratamento final. Através da compilação e avaliação das entradas, resultados e dos potenciais impactes ambientais de um produto é possível identificar como etapas do ciclo de vida que têm uma influência mais efetiva para a degradação do meio ambiente.Os impactes ambientais estudados na ACV são definidos de acordo com a tipologia do estudo a realizar mas incluem, pelo menos a acidificação, a eutrofização, o aquecimento global, a oxidação fitoquímica, a depleção abiótica (extracção de minerais e de combustíveis fósseis) e biótica (organismos vivos),
Aplicando a ACV é possível estudar a implementação de novas tecnologias, a melhoria dos produtos, processos ou serviços. Existem algumas limitações na preparação dos estudos ACV principalmente a limitação dos estudos pois há uma disponibilidade de uma grande quantidade de dados, a necessidade de muitos recursos humanos e financeiros.
Os resultados da ACV na produção das embalagens de bebidas estudadas revelaram que não existe uma embalagem ideal no que diz respeito aos impactos ambientais demonstrando que a lata de
alumínio apresenta um cenário menos favorável ao meio ambiente comparado às demais embalagens, relativamente à acidificação, aquecimento global , oxidação, depleção abiótica e depleção da camada de ozono. De seguida surgem a garrafa de vidro, garrafa PLA e garrafa PET. Na categoria de impacte “Eutrofização” a embalagem com mais impacte no meio ambiente é a garrafa de vidro, seguida da lata de alumínio, garrafa PLA e garrafa PET, o mesmo acontece na “Depleção abiótica, elementos minerais”.Na categoria “Escassez de água”, uma embalagem que apresenta mais impacte no meio ambiente é a garrafa PLA, seguida da lata de alumínio, garrafa de vidro e garrafa PET. De facto, o PLA é um poliéster produzido por fermentação sob condições controladas de uma fonte de hidratos de carbono, como o amido de milho ou cana-de-açúcar,
Em conclusão, cada um tem que fazer o seu papel. Repensar! Recusar! Reduzir! Reutilizar! E Reciclar!
Magda Saraiva e Isabel Brás